Impossível falar de música italiana sem citar a tradicional canção napolitana, que nasceu em torno ao século XIII, como expressão espontânea e poética popular que manifestava as contradições entre as belezas naturais da cidade de Napólis, banhada pelo Mar Mediterrâneo e ao lado do Vulcão Vesúvio, e as reais dificuldades vividas pela sua população.
O dialeto napolitano era a língua oficial do reino e dos compositores que no fim do século XIV conquistou a Europa com a “villanella alla napoletana”, expressão artística popular que narrava com humor e otimismo a vida, o trabalho e os sentimentos do povo de Napóles e que representou um marco na canção napolitana.
No século XV apareceram os primeiros ritmos de “tarantella” e no século sucessivo, o surgimento da “ópera buffa” napolitana influenciou não só o canto, mas a teatralidade da música de Napóles.
Mas o período mais importante da canção napolitana é aquele das primeiras décadas do século XIX, com a canção “Te voglio bene assaje” , escrita por Raffaele Sacco com música de Gaetano Donizetti.
A Segunda Guerra Mundial marcou profundamente a cidade de Napóles e também a sua canção. “Munasterio ‘e Santa Chiara” é um símbolo deste momento, mostrando que como sempre o povo napolitano consegue sorrir e colocar humorismo mesmo nos momentos mais trágicos.
Passada a guerra, a Itália é em reconstrução e uma nova era nasce na canção napolitana, tendo em Roberto Murolo um dos seus mais importantes representantes e sobrevive, graças sobretudo, ao Festival di Napoli e o Festival della Canzone Napoletana quando a tradicional canção se funde a outros ritmos com sucesso de crítica e de público. Importantes representantes deste período foram Peppino di Capri e a Nuova Compagnia di Canto Popolare.
Depois do período áureo dos Festivais, Napóles vê surgir novos fenômenos musicais como Pino Daniele, Almanegretta e 99 Posse, que darão uma nova face à tradicional música napolitana.
Os instrumentos clássicos da canção napolitana:
– bandolim
– violão
– calascione (uma espécie de precursor do baixo)
– triccheballacche, tamorre, tamburelli, caccavella e outros (instrumentos de percursão de fabricação artesanal)
Canções napolitanas inesquecíveis:
– Anema e Core
– Funiculi Funiculà
– Lacreme napulitane
– Luna Rossa
– Santa Lucia Luntana
– ‘O sole mio
– ‘A tazza ‘e cafè
– Torna a Suriento
– Tu vuo’ fa’ l’americano